Xícara, palavra derivada do árabe “šikar”, que significa “açúcar”. Introduzida no português durante o período de influência árabe na Península Ibérica. No nosso caso xicrinhas.

Era o que o esposo e todos os filhos davam de presente à mãe, frequentemente. Muito frequentemente. Frequentemente demais. Mas era um jogo que começou provavelmente com falta de imaginação e tornou-se tradição. O pai comprava e todos presenteavam. Acho que era mais no aniversário

Iam para a cristaleira.

Tinham diversidade e eram curiosas. Vejam as fotos da galeria. Podia-se acompanhar a retirada do Napoleão da Russia ou ver uma gueixa surgir no fundo da xicrinha, por magia.

Cada filho, cada nora, ficou com algumas.

Foram para armários e cristaleiras. Raramente são usadas.Para café, para chá.

A Dona Léa usava nos ditos jantares finos. Como aquele em que recebeu o mestre do Dr. Gerbase, o Professor Ramos e Silva, do Rio de Janeiro. Ao final do jantar serviu o café e, após os convivas degusta-lo, disse o convidado: “Dona Léa, as suas xicrinhas são lindas, mas não use para servir café. Fica frio rápido demais”.

Acho que ela seguiu usando. E nós também. Evitando as muito abertas e viajando no tempo e no espaço. Memória “šikarada”!

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